quarta-feira, 1 de junho de 2011

Respeite quem pode chegar aonde a gente chegou!

Não querendo entrar no mérito que permeia a grande maioria dos esportes, em que os mais antigos e experientes se utilizam da frase “Ah! No meu tempo, a coisa era melhor…”, considero que a Esgrima do Brasil teve um importante marco em sua história, o curso de Mestre D’Armas em Esgrima que, com apoio da Federação Internacional de Esgrima, foi trazido ao Rio de Janeiro pela CBE em 1989 por pressão do então presidente à época o Sr. Arthur Cramer Ribeiro.

A partir deste momento, começamos a falar a mesma “língua esgrimística” e, principalmente, com muita coerência. Novos professores, ex-atletas ou não, começaram a entender os procedimentos didático-pedagógicos e, principalmente, a desenvolver um método de ensino de Esgrima com uma mesma linha de trabalho. Seguindo as orientações da Escola Francesa de Esgrima, liderados pelo competente Mestre Dominique Solari, muitos mestres foram formados.

Com estes mestres, atletas apareceram, um maior número de interessados começou a praticar, tivemos mais adeptos e, por consequência, as competições começaram a ter um grande número de participantes.

Independentemente de como chamemos os novos alunos, tornou-se imprescindível começar a buscar, além de uma filosofia de trabalho padronizada, uma forma de encontrar os possíveis talentos.

Começava assim, uma nova etapa onde buscávamos instrumentos de medida de avaliação da “performance” para o Alto Nível.

A partir de algumas exigências específicas da esgrima, como exemplo, qualidades físicas, aspectos morfológicos, coordenação neuromuscular e inteligência adaptada ao esporte de oposição, começamos a criar um perfil bem brasileiro de nossos futuros campeões.

Passamos por uma etapa difícil de trabalho, em que era necessário definir se existiam fatores limitantes da performance.

Ao final, chegamos a uma velha e muito correta interpretação: Só muito trabalho é que nos trará campeões.

Vinte anos depois, muito suor e com o couro de meu talvez quinto e bem surrado plastron, com alunos que ganharam provas internacionais, medalhas em Campeonato Mundial, posso dizer aos que pensam em ter algum sucesso na vida, tanto de esgrima como no seu dia-a-dia. Talentos são uma pequena parcela do todo, a receita que deu certo foi: “Treinar, treinar, treinar e confiar naquele que oportuniza os conhecimentos.

Gostaria de deixar o meu “Salve”, em reconhecimento aos mestres que nos antecederam, pois, sem eles não estaríamos aqui hoje. Obrigado ao Mestre Queiroz, querido tio e meu grande Mestre, ao João Rosa, incansável e sempre alegre, ao mestre Sonnenstrahl, Sampaio, Pereira, Heitor, Hugo Mattos, Buonafina, Dona Amélia entre muitos.

Respeitem seus mestres!

Aproveito-me do refrão do sambista Jorge Aragão: “Respeite quem pode chegar aonde a gente chegou!”

Abraços a todos e sigamos em frente.

Em breve, mais um toque eu te darei.

Mestre Trois

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